LarMontessori.com

sábado, 31 de dezembro de 2011

E para 2012...

Queridos visitantes,
nosso ano acabou, e eu espero que o Lar Montessori tenha
lhes ajudado bastante com seus filhos nos últimos doze mezes.
Desejo a vocês e às suas crianças muita Paz e muita Luz.
Se você não comemora o ano novo hoje, aceite meus votos
de Luz e Paz para todos os dias!

Um grande abraço e até ano que vem!


sábado, 24 de dezembro de 2011

Para um ano de Paz

Queridos leitores,

durante o ano de 2011 nós, no Lar Montessori, tivemos algumas alegrias:

  • Chegamos a cerca de 3000 visitas (pouco para um blog comum, mas muito para o único sobre Montessori em casa no Brasil);
  • Pudemos auxiliar não só pais e mães, como esperávamos, mas também professores e estudantes de Educação no Brasil e na África;
  • Alguns pais e mães nos deram um retorno delicioso de se ter, dizendo de que maneira nós ajudamos, e isso vale muito!
      Por isso tudo, muito obrigado!

~

Hoje é véspera de Natal, e logo mais é o Ano Novo. Nós não poderíamos deixar de dizer algo a vocês. E aqui vai a nossa mensagem àqueles que nos acompanharam e aos que chegaram agora neste barco imenso que é a vida Montessori.

"Estabelecer a Paz", disse Maria "é trabalho dos educadores". Gosto de pensar como esta Maria (Montessori) e aquela Maria pensaram de maneiras semelhantes na hora de educar suas crianças, fazendo com que elas sempre pensassem, acima de tudo, na Paz. Gosto de pensar também em como elas mudaram um mundo pela educação destas crianças.


Se estabelecer a Paz é trabalho dos educadores, então é trabalho de pais e mães também, pois são estes os maiores e mais importantes educadores do mundo. A vocês, os nossos humildes parabéns e a nossa confiança. A vocês, o nosso apoio e a nossa segurança. A vocês os nossos votos de que sejam capazes de "mudar o mundo, uma criança de cada vez".

O Natal é uma festa cristã, mas o espírito de Paz é louvado em todas as religiões (e em todas as formas de ateísmo) do mundo. O que queremos comemorar com vocês é a mensagem viva de todas as religiões do mundo, de que está na hora de construir um mundo de Paz. Trabalhe por ela, se esforce por ela, dê à sua criança todas as oportunidades para que construa este mundo que nós, adultos, não veremos pronto, mas para o qual podemos forjar os primeiros tijolos.

Neste dia 24 de dezembro, especial como só ele sabe ser, desejamos aos povos de língua portuguesa, no mundo inteiro, que suas crianças cresçam conscientes de três coisas:
  • As qualidades do mundo;
  • Os problemas do mundo;
  • As maneiras de transformar os problemas em qualidades.

E desejamos que estas crianças recebam três presentes pelos anos que vêm:
  • Consciência;
  • Auto-estima;
  • Liberdade.
Esperamos que 2012 seja um ano maravilhoso para todos, mas especialmente, desejamos que 2012 seja o ano em que milhares de crianças poderão começar a construir dentro de si a Liberdade que permitirá a elas fazer tudo aquilo com que sonharem!

Um Feliz Natal e um belíssimo 2012!

Lar Montessori,
Por um ano de Paz.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Higiene e Independência


Este artigo tem menos figuras do que deveria. Ajude o Lar Montessori enviando
fotografias da sua casa adaptada para mim, em gabrielmsalomao@gmail.com 

Quando pensamos na adaptação da casa, muitas vezes lembramos mais do quarto e da sala, lembramos até da cozinha, mas esquecemos de adaptar o banheiro. Este, no entanto, é o local da higiene, e é muito importante para a saúde da criança que ela tenha independência e autonomia neste sentido.

Nas escolas Montessori, deve haver um banheiro completamente adaptado às necessidades da criança, com vasos sanitários mais baixos, pias naturalmente acessíveis e muitas vezes chuveiros ou banheiras para um possível banho. Em casa, isso normalmente não é possível, e sequer é necessário, já que nas escolas a casa é das crianças, mas no lar, tudo pertence à família toda.

As atividades de desenvolvidas no banheiro são, principalmente:
  • Lavar as mãos e o rosto;
  • Escovar os dentes;
  • Tomar banho;
  • Secar-se.
Neste artigo, vamos abordar as adaptações possíveis para o melhor desempenho de cada uma destas atividades pela criança.

Mesmo em um banheiro pequeno, há espaço para um banquinho, e um banquinho resolve boa parte das dificuldades da criança. O ideal é que não seja muito alto, que tenha uma superfície bem razoável (cerca de 50cm de cada lado), mas especialmente, é necessário que seja muito firme. Se a superfície for menor, porque o banheiro não comporta 50cm, não tem problema, é só ensinar a criança a ser cuidadosa e garantir que a base seja firme.

A altura do banquinho deve ser aquela que permita à criança alcançar o que deve. Geralmente, alcançar a pia. Deve ser possível a ela alcançar a torneira e o sabonete, para lavar as mãos e o rosto e a toalha, para secar-se.

Para que aprenda a escovar os dentes, pode-se primeiro ensiná-la os movimentos com o dedo, para que sinta as texturas de sua boca e conheça-se melhor, para depois inserir um objeto que auxilie na limpeza. Mostre como se deve colocar a pasta na escova, isto se provará um exercício de controle motor fino interessante e desafiador. Ensine-a a massagear os dentes e a gengiva de forma macia e a escovar a língua e o céu da boca, devagar e suavemente, sem levar a escova até a garganta. Demonstre também como se faz para bochechar sem engasgar-se, e para pegar a água nas mãos sem derramar.

Escovar os dentes é um exercício muito interessante para a criança, porque contém em si o controle dos erros. Se a criança  apertar demais a escova, perceberá logo seu erro e isso a auxiliará a controlar melhor a pressão. Se colocar pasta de dentes demais, ou de menos, ou excesso ou a falta de espuma se farão notar. Se não conseguir pegar a água será fácil de perceber também, e tudo isso auxiliará o controle motor da criança e dará a ela a oportunidade de superar-se e de se desenvolver.

Tomar banho também é uma atividade cheia de desafios. Primeiro, um alerta importante, mas talvez óbvio: nunca deixe uma criança sozinha em uma banheira e, caso ela tome banho em um box, permaneça por perto e atento aos sons, para o caso de um tombo, não desejável, mas possível.

Por algum tempo, acompanhe o banho de perto, ajudando e ensinando o que lavar e como fazê-lo - não se esqueça, no entanto, de corrigir somente o que for estritamente necessário e de permitir à criança desenvolver-se o máximo possível à sua maneira. Para ela, muitas vezes, pode ser mais importante sentir a água e interagir com ela do que esfregar o sabonete por cada canto do corpo. Só a corrija quando for estritamente necessário.

O sabonete e o shampoo podem ficar no chão ou sobre um banquinho plástico, onde é fácil para a criança alcançar. Aqui, novamente, segurar o sabonete é um exercício de controle motor fino, assim como abrir a tampa dos frascos de shampoo. Há muito a aprender, além da higiene, que será aprendida ao mesmo tempo.

Depois do banho, outro exercício chega: o de secar-se. Uma toalha muito macia deve ser usada, e pode ser deixada à altura da criança, por meio de ganchos baixos, ou não tão baixos, nas paredes. Desde que ela consiga puxar a toalha, está bem. Ensine-a a secar-se e novamente, seja detalhista: "Seque-se de leve e não deixe nem uma gotinha". E não se esqueça, ser detalhista não é pegar no pé, é dar instruções precisas para que a criança não se confunda e saiba executar a tarefa. O controle do erro aqui são as gotas d'água no corpo e, acredite, a criança repara nelas.

Aqui terminam as instruções sobre a higiene básica. No próximo artigo, abordaremos as seguintes ações: urinar, evacuar, limpar-se e ler gibis.

Se você tiver um filho pequeno e quiser tirar dúvidas, dar sugestões ou colocar outros pontos de vista, faça comentários aqui no blog, para todo mundo aprender junto! 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Desenvolvendo Habilidades na Cozinha

Traduzido e adaptado do excelente Www.MichaelOlaf.net e do livro "How to Raise an Amazing Child in the Monessori Way", de Tim Seldin.
...mas eu sei que a felicidade não vem das coisas. Vem do
trabalho e do orgulho do que se faz. (Gandhi, in michaelolaf.net)

Arrumar a cozinha e a mesa para o trabalho da criança não precisa ser uma empreitada difícil, e não é necessário fazer tudo de uma vez. No começo, destine à criança uma prateleira ou um armário na cozinha. Este local pode abrigar uma tábua e uma faca segura (sem ponta e não muito afiada), ou cumbucas de cereais e colheres - o que quer que seja usado com mais frequência pela criança.

Um banquinho é um bom primeiro investimento. Assim, a criança pode alcançar a pia ou o balcão para trabalhar. Melhor do que isso, se houver espaço, é dar à criança uma mesa baixa e uma cadeirinha, para que ela possa preparar pequenos lanches para si mesma e até ajudar com a preparação da comida.

A criança deve ter liberdade para se alimentar quando sentir fome e os pais devem ensinar como se faz, sempre dividindo a tarefa em pequenas partes, e utilizando sempre os mesmos instrumentos, no mesmo local e na mesma ordem. É importante ensinar também a limpar tudo e a retornar os objetos ao seu lugar de origem. Segundo E.M. Standing, uma das características de uma criança em equilíbrio é seu amor pela ordem.

Preparar comidas e serví-las é também um exercício de altruísmo, pois é feito para o bem dos outros. Assim o são também a limpeza e a arrumação posteriores.


1. Aprender a despejar

Ensinar a despejar líquidos ficará muito mais fácil se você começar com jarras pequenas e leves, que a criança possa levantar sozinha. Num primeiro momento, também é mais fácil despejar de uma jarra para outra, em vez de usar copos, e é bom começar com algo sólido, como arroz cru ou lentilhas. Para este primeiro exercício, as melhores jarras são as muito pequenas. É uma boa ideia colocar uma bandeja colorida sob as jarras, para que qualquer grão despejado fora da jarra possa ser visto com facilidade e limpo quando sua criança terminar de praticar.

Mostre à sua criança como segurar a jarra usando a mão com a qual ela se sentir mais confortável. Demostre como segurar a outra jarra com a mão livre, pois isto dará a ela controle máximo sobre a atividade. O exercício é passar os grãos de um recipiente para o outro. Enfatize a importância de ser cuidadoso: "Querido(a), tente desepejar o arroz de uma jarra na outra sem deixar cair nenhum grão fora do vidro".

Quando seu filho conseguir dominar esta tarefa, você pode dificultar aos poucos, aumentando devagar o tamanho da jarra, e depois pedindo para ele despejar o arroz em um copo. Você pode tornar esta tarefa melhor colocando somente a quantidade de arroz que o copo puder comportar.

Finalmente, quando você achar que seu filho está pronto, coloque água na jarra, em vez de arroz. Desafie-o a despejar a água sem derramar uma só gota. Lembre-se, no entanto, de que este processo não se dá em um dia! Para a maior parte das crianças, levam-se meses a aprender a controlar a relação olhos-mãos necessária para despejar corretamente e sem ajuda.


2. Aprender a utilizar a colher e o garfo

Ensinar boas maneiras à mesa sempre envolve ensinar a utilizar os talheres, e para isto é necessário haver um excelente controle muscular, pelo menos para levar a comida do prato à boca sem deixar nada cair.

Algumas atividades com colheres, garfos e cumbucas podem ajudar a desenvolver estas habilidades. Comece com uma bandeja, uma colher e duas tigelas. Uma das tigelas deve conter algo relativamente fácil de se carregar com uma colher, como pedrinhas ou feijões grandes. A colher deve ter o tamanho certo para a criança. Mostre a ela como transferir o conteúdo de um recipiente para outro, um feijão ou uma pedrinha por vez, sem deixar nada cair. Desafie seu filho a fazer o mesmo. Quando conseguir, ele pode repetir o processo quantas vezes quiser.

Quando a criança conseguir fazer isso sem derrubar nada, você pode aumentar um pouco a dificuldade, colocando grãos de arroz cru no lugar dos feijões ou das pedrinhas. Repita o mesmo processo.

Você pode usar o mesmo tipo de exercício para ensinar a utilização do garfo, desde que você escolha a substância certa. Boas opções são cubinhos de queijo ou pedaços de banana.


3. Aprender a usar a faca

Lembre-se de que o ambiente deve sempre ser montado para a atividade a ser desenvolvida. No caso da faca, se for haver lixo ou sujeira após o final do processo, tenha uma pequena lata de lixo por perto, um paninho úmido e um seco, para que depois da atividade, a criança possa reorganizar seu ambiente.

Um bom começo para se ensinar a utilização da faca é ver que a criança já consegue controlar bem os outros talheres - a colher e o garfo. Se a criança estiver preparada, e conseguir controlar os outros talheres com destreza, não há riscos que devam impedir a execução destes exercícios.

A faca no começo não precisa ser afiada, mas posteriormente deverá sê-lo. Um primeiro exercício pode ser, por exemplo, cortar uma banana, pois é uma fruta mole, que não escorrega, e poderá servir de lanche para você e seu filho. Esta atividade pode ser desenvolvida dentro de um contexto, como o lanche da tarde.

Vocês vão precisar de uma tábua e uma faca apropriada para a mão da criança. A criança pode descascar a banana, e jogar a casca em uma lixeira. Em seguida, deita-se a banana sobre a tábua e fatia-se a fruta. Você demonstra primeiro, e a criança faz depois. Em um primeiro momento, demonstre com poucas palavras, em seguida, explique o objetivo do exercício e por último dê instruções de segurança (não é necessário assustar a criança, basta explicar como ela deve fazer para não correr riscos).

Outra possibilidade de exercício é passar manteiga, patê, geleia ou requeijão em um pedaço de pão, torrada ou bolacha. Ensine como passar a faca sobre o creme que for usado, demonstre como deitar a faca sobre o pão ou a bolacha e ensine como espalhar. Explique que se deve segurar primeiro o recipiente com uma mão e a faca com a outra e depois segura-se com uma mão a faca e com a outra o lanche. Seja perfeccionista, diga que a manteiga ou o patê devem ficar igualmente espalhados por todo o pão e que não devem cair para fora do lanche.

Ser perfeccionista não é ser implicante, e o perfeccionismo serve para a criança não se perder durante a atividade e para satisfazer seu inato desejo de ordem. Incentive, fique por perto, mas não pressione nem mime demais. O aprendizado de uma habilidade tão difícil é prêmio suficiente para ela.

Esperamos que você passe um tempo agradável com seu filho na cozinha, e se você quiser filmar, tirar ou fotos ou escrever sobre a experiência, mande isso para a gente!


Lição sobre despejar:

Lição sobre o uso da colher:

Criança cortando banana:

Criança cortando banana e despejando:

Criança despejando:

Criança ajudando na cozinha:

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O Espírito Montessori




Great minds think alike.
Mentes geniais pensam de
forma semelhante.



Escrevo este post do meu iPad 2, penúltimo produto criado por Steve Jobs, o gênio da megaempresa Apple. Não se trata somente de uma pequeníssima homenagem a Steve Jobs. Como todos sabem, Jobs faleceu ontem, e deixou muitas dúvidas e condolências no ar.


Uma das homenagens feitas ao grande homem da tecnologia foi a da gigante Google. A página inicial do Google.com apresenta o hiperlink, há dois dias, para a página da empresa concorrente, Apple Inc.


Quando vi, despertou em mim a vontade de contar: Isto mostra, acima de tudo, como se comportam herdeiros de ideias Montessori. Jobs era um dos maiores concorrentes recentes da Google, mas diante de sua morte, os fundadores da empresa souberam reconhecer a importância do homem e de suas criações e renderam a ele a homenagem mais que merecida.


Em suas páginas, no Google+, os co-fundadores do negócio escreveram:

Sergey Brin: “From the earliest days of Google, whenever Larry and I sought inspiration for vision and leadership, we needed to look no farther than Cupertino. Steve, your passion for excellence is felt by anyone who has ever touched an Apple product (including the macbook I am writing this on right now). And I have witnessed it in person the few times we have met. On behalf of all of us at Google and more broadly in technology, you will be missed very much. My condolences to family, friends, and colleagues at Apple.”

Larry Page:“I am very, very sad to hear the news about Steve. He was a great man with incredible achievements and amazing brilliance. He always seemed to be able to say in very few words what you actually should have been thinking before you thought it. His focus on the user experience above all else has always been an inspiration to me. He was very kind to reach out to me as I became CEO of Google and spend time offering his advice and knowledge even though he was not at all well. My thoughts and Google’s are with his family and the whole Apple family.”

É muito feliz, para um pesquisador e professor Montessori, ver que dois dos mais famosos ex-alunos do método preservam tanto do que aprenderam. Há muito mais do que negócios na vida, e acima de tudo, Brin e Page se mostram legítimos disseminadores de Paz.

A Steve Jobs, nossos agradecimentos e nossa admiração.
Gabriel



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pequenas Ações Diárias

Após um longo período de repouso, o Lar Montessori volta à ativa. Pedimos desculpas aos nossos leitores, por esta longa ausência. Pedimos também que os leitores comentem as postagens, para que saibamos o que vocês acham. Estamos pensando em aumentar a equipe aqui, e um feedback é importante.

Quero lhes contar sobre a ONG Me to We. Eles são um grupo idealista que busca reeducar as pessoas para que elas, compreendendo melhor o valor da vida solidária, passem a agir melhor do ponto de vista coletivo. Este grupo fascinante publicou recentemente um livro com prefácio pela Sua Santidade o Dalai Lama, chamado "The World Needs Your Kid" (O Mundo Precisa do Seu Filho).

Neste livro, três autores muito lúcidos dão sugestões para se criar uma criança que contribua e se importe. E lendo este livro, eu me convenci: Algum dos autores leu Montessori muito cuidadosamente. Há influências Montessori demais na obra para que seja possível dissociar uma coisa da outra. Entrarei logo em contato com os autores para me informar melhor sobre isso.

Por agora, quero dar a vocês um gostinho deste livro que, além de muitíssimo informativo, é lindo. Escolhi uma coluna de uma página, intitulada "Pequenas ações diárias":

1. Dê um passo para trás, para que a criança possa dar um para frente:
Se você amarrar os sapatos dele para sempre, ele nunca vai tentar sozinho. Se você sempre intervier em conflitos, ele talvez não tente resolver as coisas por si mesmo.

2. Tenha paciência com a tentativa e erro:
Derrubar leite não é motivo de escândalos, especialmente tratando-se de um pequeno e ambicioso filho aprendendo a se servir. Ajude seu filho a lidar com as consequências: "Aqui está um pano para enxugar..."

3. Apresente opções:
Permita à sua criança escolher - sempre que possível - e aceite estas escolhas. Fazer isso demonstra sua confiança em suas habilidades. 
Este princípio vale inclusive para muito pequenos. A criança, ainda sem falar, já é capaz de escolher uma cor, um caminho, um material de trabalho ou um brinquedo. Ela também é capaz de escolher se quer ficar acordada ou se quer dormir. Sempre que possível, permita esta escolha.

4. Cozinha baixa:
Mova os pratos para uma estante mais baixa, para que as crianças possam ajudar a pôr a mesa. Não importa qual a tarefa, dá-las às crianças ensina responsabilidade e mostra a elas como são indispensáveis para o funcionamento da família.
Novamente, a criança muito pequena pode se beneficiar disto, mesmo que não consiga pôr a mesa, de maneiras que explicamos em posts anteriores. E não se preocupe: um prato ou um copo vão quebrar de vez em quando - faz parte da vida. Ensine a criança a segurar tudo direitinho e a limpar os cacos.

5. Trabalhe com o dinheiro:
Se você dá uma mesada ao seu filho, encoraje-o a dividí-la em três partes: guardar um pouco, gastar um pouco, compartilhar um pouco.

Lembre-se de que esperamos ansiosamente pelos seus comentários! Se você achar que deve, espalha este blog, repasse estas ideias, cole num e-mail para um amigo... Lembre-se de dar os créditos do livro de onde isto foi tirado, e ressalte que nossas traduções são independentes e sem nenhum fim lucrativo. Optamos, inclusive, por recusar propagandas neste blog.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Homenagem de Aniversário 2

Júlia Simões foi uma aluna montessoriana por muitos anos e escreveu para o Lar Montessori um texto muito doce no aniversário de Maria Montessori. Reproduzo-o na íntegra.

"Gostaria de deixar minha marquinha pra essa pessoa tão especial que foi a Maria Montessori. De uma forma tão incrível, essa batalhadora conseguiu atingir minha vida por completo e ganhar minha admiração sem nenhum contato pessoal. Só por conta do seu método, já criei novos olhares, mesmo que tardios mas duradouros, sobre inúmeros assuntos. Enfim, agradeço não só neste dia, mas também diariamente com gestos, ações e palavras carregadas do espírito Montessoriano que faz parte de mim há muito tempo!"

Júlia, você tem dezesseis anos (é isso?) e pode ter certeza de que seus olhares são mais precoces que tardios! O mundo precisa de mais gente como você!

Beijos e obrigado,
Gabriel

Homenagem de Aniversário

Tim Selding, em seu sempre útil "How to Raise an Amazing Child the Montessori Way" diz que, para ele, Montessori é um estilo de vida, um jeito de viver, muito mais que um método educacional.

Tim Seldin está certo. O defendo com a humildade de um iniciante que apoia um mestre, mas com a autoridade do iniciante que sabe o que está dizendo. Eu vivo Montessori há 18 anos. Aqui, quero contar o que é Montessori na minha vida, como tudo começou e porque esta visão de mundo continua presente em mim até hoje. Esta é minha homenagem para Maria Montessori no dia de seu aniversário, contar a importância que ela tem na vida de um jovem que vive 100 anos depois dela.

Quando eu tinha 2,5 anos, minha mãe e eu procurávamos uma escola para me matricular. Visitamos várias, conhecemos salas bonitas e feias, professoras simpáticas e tias doces, escolas grandes e pequenas, jardins de infância agradáveis e não tão agradáveis assim. E visitamos a Prima - Escola Montessori de São Paulo. Ficava perto de casa e era bem falada na região. Uma tia minha é pedagoga e disse que o método era interessante para crianças, mas que ela não conhecia muito bem. Disse que valia a pena olhar.

Em todas as escolas, antes da Prima, a diretora ou a coordenadora conversou solicitamente com a minha mãe, enquanto eu, sentado no colo dela, pedia para ir embora. Nesta casa das crianças que é a Prima, chegamos e a diretora falou primeiro comigo. Estendeu um tapete no chão, me deu ma Cesta dos Tesouros (veja o post logo antes deste) e mostrou-me alguns objetos. Eu, como é de se esperar, concentrei-me nos objetos e lá fiquei por toda a reunião, sentado, silencioso, trabalhando, enquanto minha mãe e a diretora conversavam. Minha mãe, durante a conversa, disse à diretora: "Esta é a primeira escola que pensa no meu filho. Vou deixá-lo aqui". E eu fiquei lá da segunda-feira seguinte até os meus quatorze anos. Depois eu saí, porque não havia colegial, e agora voltei, como professor assistente, com muito gosto.

Estou hoje com quase vinte anos e vivi Montessori pelos primeiros 14 e nos últimos seis. Como, nos últimos seis, se não estava dentro da escola?

Montessori não depende só da escola, e não se trata só de escola. Trata-se de pensar pela Paz, acima de tudo. Trata-se de desejar a paz do mundo e a do homem, de desejar a paz para a humanidade, mas também de promover a paz entre si e os vizinhos, entre si e os amigos. Trata-se de perceber que onde há comportamentos humanos reprováveis não pode haver paz. E se trata de fazer o possível para reestabelecer a paz onde ela não se mostra presente, dentro e fora de nós.

Montessori trata da Liberdade. Segundo Maria Montessori, da liberdade que nasce dentro de nós, que é construída dentro de nós. É a liberdade de pensamento e de ação, a de seguir pelos caminhos que julgamos melhores e a de discordar do que quisermos, a de criar o que quisermos, a de perseguir o que quisermos, e a de (esta é importante) querer o que quisermos. Na maior parte das vezes, somos escravos de nossas vontades - a liberdade defendida e construída por Montessori (a muher e o método) é a que liberta das vontades e que permite ao homem escolher o que ele quer escolher, e não escolher o que o desejo dele deseja.

É difícil entender Montessori, a menos que você sinta a escola, permaneça nela por algum tempo e converse com as crianças pequenas educadas lá. Quando você entender as crianças, a alegria, a liberdade e a disciplina adorável que elas cultivam em si mesmas, no ritmo delas e no espaço delas, então será possível compreender Montessori e o respeito pelo ser humano presente em qualquer educando montessoriano.

Fica o convite para quem quiser conhecer mais desta possibilidade bela de educação. Estou sempre e a todo momento disponível para isso, com teses de doutorado, textos filosóficos, poemas e imagens. Espero que você venha a conhecer mais!

Um abraço grande, de um atual educador Montessori,
Gabriel

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Cesta dos Tesouros

Este texto foi traduzido do livro "How to Raise an Amazing Child the Montessori Way", de Tim Seldin.
--

Tudo por perto de seu bebê é um mundo mágico de objetos esperando por descobertas


Assim que seu bebê for capaz de sentar e pegar coisas, ele vai adorar explorar uma "cesta dos tesouros". É uma cesta baixa que você terá enchido com objetos do lar e coisas da natureza. Os objetos precisam ser grandes o suficiente para que a criança não os engula e não devem ter pontas ou partes afiadas que possam machucar a criança quando tocadas ou quando colocadas na boca. Crianças mais velhas gostam da cesta também, permaneça adicionando novos objetos.

Uma cesta dos tesouros deve provocar maravilhamento, surpresa, descobertas. Junte entre 50 e 100 objetos, cada um com suas características de cor, textura, peso e cheiro - use sua imaginação e seu bom senso. A escolha dos objetos é constante, e pode se tornar um passatempo agradável para os pais examinar objetos e pensar se seriam tesouros interessantes para a cesta. Você pode incluir coisas como uma carteira, uma casca de noz [uma concha sem partes afiadas é sempre um objeto interessante], uma pinha, um pincel, uma pena, um sino de metal, uma pedra macia. Bebês e crianças usam todos os seus sentidos, enquanto adultos tendem a depender da visão. Objetos que possuam um padrão visual ou uma textura diferenciada na superfície, um aroma especial, que sejam gelados ao toque (como uma pedra), ou que produzam sons quando movimentados são especialmente interessantes. Para uma criança pequena, tudo é uma descoberta nova e excitante.
Crianças muito pequenas já se
interessam pela Cesta dos Tesouros
A cesta dos tesouros pode entreter seu filho por períodos longos, sendo que meia hora é um tempo razoavelmente comum. Com crianças pequenas, tenha em mente que se trata de um grande estímulo, sendo melhor oferecê-lo para uma mente descansada e alerta. Quando crianças pequenas estão explorando a cesta pela primeira vez, o melhor a fazer é não dizer nada. Somente selecione um objeto, examine-o cuidadosamente, e coloque-o de volta na cesta. Seu filho pode pegar o mesmo objeto assim que você o devolver à cesta ou pode escolher algo completamente diferente. Deixe-o explorar sozinho - as crianças gostam que estejamos por perto, mas nem sempre desejam nossa interferência.


--trecho adaptado--

Colocar os objetos na boca é uma fonte de prazer e aprendizado para sua criança. Desde que os objetos estejam limpos e sejam seguros, não é necessário limitar esta experiência. Procure escolher objetos que atendam a estes requisitos.

O olhar da criança já se desenvolveu nesta idade, e já é possível para ela observar objetos de cores sutis e leves. Quaisquer objetos chamarão a atenção de seus olhos, e coisas simples, de casa, podem despertar grande interesse.

Vidros de sementes ou feijōes, pequenos sinos, correntes... Todos estes objetos (e muitos outros) proporcionam sensações interessantes para o ouvido da criança, e serão também fontes de descobertas.

Crianças maiores mantém o interesse pelos objetos.
Procure selecionar objetos interessantes para o tato. Diferentes texturas e temperaturas são importantes, e é mais interessante escolher objetos de madeira, metal ou vidro (desde que forte, para sua criança não correr riscos) do que de plástico, já que o plástico apresenta sempre a mesma textura. Objetos naturais, como pinhas e sementes grandes podem ser interessantes também.

Objetos com cheiros suaves podem ser bem interessantes também. Sachês, saquinhos de ervas, sementes cheirosas e limões são boas escolhas (quanto ao limão, cuidado para não expor a pele da crinça ao sol depois de ter manejado a fruta).

Depois te ter explorado os objetos da cesta, ainda existe uma cesta para ser descoberta. Procure escolher um recipiente belo, agradável ao tato, para que a criança tenha também esta possibilidade de exploração.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Pequenas Coisas

Quem tenta ajudar uma borboleta
a sair do casulo a mata.
Quem tenta ajudar um broto
a sair da semente o destrói.
Há certas coisas que
não podem ser ajudadas.
Têm que acontecer de dentro para fora.
(Rubem Alves)

Tudo em Equilíbrio

Do livro "How to raise an Amazing Child the Montessori Way", de Tim Seldin

Desde o começo, seu bebê pegará coisas, explorando seu peso, textura e temperatura. Ela vai usar mãos, olhos, ouvidos, boca e nariz para investigar qualquer coisa que esteja por perto. Quando faz um ano de idade, a criança se torna mais e mais curiosa e poderá se concentrar em um objeto assistindo-o e o examinando com uma paciência aparentemente infinita.

É importante evitar o excesso ou a falta de estímulo. Muito estímulo fará a criança ficar estressada e ela tenderá a dormir. A falta de estímulo também leva ao sono. Idealmente, devemos estabelecer um balanço.

Aos leitores deste blog, podemos indicar os posts sobre a adequação da Casa para se conseguir um nível adequado de estímulo, e o post sobre o Sono para compreender melhor seus motivos e o equilíbrio que deve haver entre o tempo de vigília e o tempo de descanso.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Visão do Bebê

Como os bebês veem o mundo

Baseado no livro "How to raise an Amazing Child the Montessori Way", de Tim Seldin

A educação dos sentidos começa no nascimento, no 1o abraço ou colo, na primeira vez que ela vê ou sente o tato com a pele ou seu cheiro. Quando ela sente os tecidos contra a sua pele e quando põe os primeiros alimentos sólidos na boca. As crianças são observadoras extremamente ativas nos primeiros anos de vida e tudo o que observam as afeta.

- A visão
É importantíssimo estimular a visão da criança, mas também é muito importante entender como a visão se desenvolve. Nos primeiros meses há uma tendência para focar a visão em objetos que estejam a até 30cm de distância, os olhos passeiam objetivo e podem até cruzar-se de vez em quando. Usualmente os olhos respondem muito bem a rostos humanos, especialmente aos dos pais ou de alguém que cuide deles. Nos primeiros tempos, as crianças ainda não conseguem captar diferenças sutis entre tons e cores, e compreendem melhor contrastes fortes, especialmente branco-preto.

Aos três meses, a criança começa a focar e a reconhecer coisas que estão mais longe, ainda mantém grande interesse por rostos humanos, mas interessam-se também por outros objetos, especialmente por tudo o que se move. Nesta idade já tentam alcançar o que vêem e aos sete meses já desenvolveram realmente bem a visão em cores e a distância.

Há muito que se pode fazer para ajudar a desenvolver a percepção visual da criança. Ao falar com a criança, mantenha o contato visual e perceba como ela responde. Olhem coisas juntos, e fale sobre o que vocês virem. Móbiles, enquanto se movem, mostram aspectos belos e variados de objetos que se movem. Pode ser interessante ter dois ou três móbiles pela casa (especialmente sobre o berço e sobre o trocador), e girá-los com frequência para produzir imagens interessantes e agradáveis para a criança.

Os móbiles não precisam ser complexos e podem ser feitos em casa. Esferas de pano coloridas, formas geométricas de cartolina, especialmente em preto em branco, nos primeiros meses, são muito interessantes para a criança.

domingo, 3 de julho de 2011

Cozinha - geral

Este post foi baseado no livro "How to Raise an Amazing Child the Montessori Way", de Tim Seldin, publicado pela DK.


A partir dos dois anos de idade, a criança já pode começar a interagir mais ativamente com a cozinha (leia aqui sobre o desenvolvimento desta interação), e começa a adquirir maior liberdade e autonomia, se o ambiente favorecer este desenvolvimento.
[Abaixo, neste post, você encontra um vídeo, em inglês, cujas imagens ajudam muito a entender o que você pode fazer na sua cozinha. Mesmo que você não saiba inglês, vale a pena ver o vídeo. As imagens são extremamente ilustrativas]
A primeira medida que se pode tomar para auxiliar os pequenos nesta fase é instalar uma pequena mesa na cozinha, que seja baixa, mas firme. À frente desta mesa pode-se colocar uma cadeirinha também pequena. O material indicado sempre é a madeira, o motivo principal de se utilizar materiais de madeira sempre que possível é a experiência de tato com materiais naturais. A madeira também é mais bonita que o plástico e oferece maiores possibilidades de mobilidade para a criança do que o metal e o vidro. É ideal que o tampo da mesa seja coberto por uma placa de fórmica, assim a umidade não se acumula e se mantém melhor a higiene. Apesar disso, se o preço de uma mesinha firme de madeira não for acessível, é melhor uma mesa de plástico de alguma cor leve (branco é bom, para que a sujeira seja perceptível e a criança tenha o que limpar quando fizer sujeira) do que a ausência do móvel. Somente certifique-se de que a mesa de plástico seja firme, lembre-se que a criança precisa de um bom apoio para suas primeiras experiências culinárias.

Um armário baixinho, a estante mais baixa de um armário, ou a gaveta mais baixa de um gaveteiro são locais excelentes para se colocar os copos (de vidro), os pratos (de porcelana), os talheres (pequenos, mas de metal) e guardanapos. Os pratos podem ser os de sobremesa, copos podem ser de tamanho normal, se forem comuns, e talheres de sobremesa em geral são adequados. Tudo isto deve ser mantido disponível para a criança, mas a criança deve aprender a manejar cada um destes objetos, sob tutela dos pais. Abaixo, falaremos um pouco sobre como ensinar o manejo dos objetos de cozinha e num post futuro detalharemos este ponto.
Sobre a mesa, pode-se e se deve manter uma jarra (pequena, adequada ao tamanho da criança) com água ou suco e frutas ou pedaços delas, assim como outros itens que possam servir de lanche quando a criança sentir fome e não for horário de refeições. O ideal é atentar para a nutrição dos pequenos e evitar deixar doces ou outros alimentos menos saudáveis. É importante que não haja opções demais, para que a criança não fique confusa, nem de menos, para que ela tenha o que escolher. Duas frutas, ou uma fruta e um tipo de pão ou biscoito são boas opções.

As comidas da criança podem ser deixadas na estante mais baixa da geladeira ou em uma estante do armário acessível para ela, para que ela possa acessá-las quando desejar. Alguns itens possíveis de se disponibilizar para ela são:
- pedaços de frutas ou frutas pequenas (uvas, ameixas...) sempre lavadas;
- fatias de queijo ou de frios, patês, manteiga em recipientes não quebráveis;
os recipientes não devem ser quebráveis porque a criança não terá, neste caso, a firmeza das duas mãos para garantir a estabilidade do pote, pois utilizará uma das mãos para a espátula.
- pães e cereais;
- iogurte, leite, sucos em garrafas e jarras.

No começo, deixe somente colheres disponíveis. Ensine o pequeno a segurar os talheres, geralmente utilizar somente colheres no começo é uma boa e segura maneira de começar. Ensine a criança a segurar copos e pratos com as duas mãos, primeiro executando o ato vagarosa e cuidadosamente, em seguida pedindo que ela o faça. Explique o posicionamento do prato e do copo na mesinha, e mostre como se utiliza um guardanapo. Deixe um pano perto da mesinha para que a criança possa enxugar a superfície, caso despeje líquidos fora do copo.

Disponibilize aquilo que você se sentir seguro(a) para ensinar. Nós vamos liberar posts sobre cada uma das tarefas que devem ser desempenhadas pelo pequeno na cozinha, a maneira de ensinar e a maneira de aprender da criança. Mas é possível começar com o básico desde já.



quarta-feira, 29 de junho de 2011

Convite

Venha conhecer um pouco mais sobre o Método Montessori com a palestra:

Educação Cósmica
O Método Montessori e os Ideais da Teosofia
~ ~

A palestra será feita a convite da Sociedade Teosófica no Brasil, Loja Liberdade:
Endereço: Rua Anita Garibaldi, nº29 - 10ºAndar
Data: 01/07/2011 - sexta-feira
Horário: 20h, mas você será bem-vindo a partir das 19h30
Entrada franca.

domingo, 22 de maio de 2011

A Mente Absorvente

(de The Joyful Child), "Shared with permission of The Joyful Child Montessori Company: www.thejoyfulchild.us"

A criança nestes primeiros anos realmente absorve a vida à sua volta. Um adulto nunca será exageradamente gentil, respeitoso ou sábio, e nunca prestará atenção excessiva aos sons que uma criança vai ouvir ou ao ambiente que ela vai observar.

Quando a criança não está com seus pais, deve-se dedicar muita atenção ao se estabelecer os mais altos níveis de expectativa a outros adultos com quem a criança permanecerá.

O ambiente que criamos para a criança pequena é aquele que ela tenderá a criar para seus filhos, seus netos, e assim por diante...

O Olhar e a Compreensão (e a importância do sono)

(de The Joyful Child), "Shared with permission of The Joyful Child Montessori Company: www.thejoyfulchild.us"

O que seu filho vê em casa? No primeiro ano é bom ter cores claras e não muitos objetos expostos. Quando uma criança é hiperestimulada visualmente, ela usualmente fecha os olhos e se isola do mundo. É melhor inspirar e convidar a criança a explorar visualmente o ambiente utilizando cores claras e limitando os objetos do que oprimindo-a.

Quando a criança viu, ouviu e sentiu tudo o que queria durante um determinado período de tempo, ela sabe, por sabedoria inata, que é hora de dormir para processar tudo. Imagine como é vir de um local morno, macio, quase escuro e quieto (o útero) e sair para um local novo, cheio de luz, sensações, sons, tudo estranho a não ser as vozes da família. É muito importante respeitar a sabedoria infantil sobre quanto é bom absorver, e sobre quando ir dormir para processar e descansar, e quando acordar para receber mais informação.

No nascimento, o bebê já sabe como regular seu sono para uma excelente saúde física e mental e para integrar novas experiências. Se nós respeitarmos este conhecimento intuitivo depois do nascimento, nós já estaremos bem avançados quanto a prevenção de problemas de sono que exaurem pais e filhos recentes. Se nós tivermos em mente que o sono é vital por muitos motivos e não deve ser interrompido, nós tentaremos, como as culturas ancestrais disseram várias vezes, não acordar um bebê que dorme senão em uma emergência.

Precisamos ser cuidadosos para não fazer a criança precisar de nós para dormir. Quando o bebê é sempre carregado até que ele durma, problemas com sono podem surgir. Para evitar criar dependência do adulto para atividades tão naturais quanto ir dormir é importante respeitar, do primeiro dia em diante, a habilidade da criança de dormir por si mesma.

A criança é curiosa e precisa explorar sensorialmente o mundo desde os primeiros dias e quer ficar com a família, e não aninhada em um quarto quieto o dia inteiro. Para ajudar a tornar isso possível, os pais podem usar uma esteira especial para bebês, um saco de dormir, um pequeno futon, que possa ser levado para o local da casa onde a família for ficar - a cozinha, o quarto, a sala...

Desta maneira, a criança pode ficar com a família, observar a vida, e cochilar quando necessário. Assim o pequeno pode se manter em contato com seu ritmo natural de sono e vigília. Ele pode ouvir conversas, risadas, música ou o tranquilo silêncio. Nestas esteiras a criança pode também melhorar habilidades em desenvolvimento, como exercícios e alongamento dos músculos, fazendo flexões, alcançando coisas, e levantando-se. E ainda assim seguir seu ritmo natural de sono e vigília.

Muitíssimo trabalho mental existe durante o sono e os sonhos. Todas as experiências do dia precisam ser combinadas e todo o 'programa pessoal' precisa ser revisto levando-se em consideração todas as informações recebidas durante o dia.

Nós não devemos olhar para o recém-nascido como um pequeno e desamparado ser humano. Mas como pessoas que são pequenas em tamanho, mas com uma imensa capacidade mental, e com muitas habilidades físicas que não podem ser testemunhadas a menos que o ambiente auxilie a manifestação da vida.

-Drª. Silvana Montanaro, MD



Choro é comunicação

(de The Joyful Child), "Shared with permission of The Joyful Child Montessori Company: www.thejoyfulchild.us"

Diferentes culturas variam muito em suas respostas ao choro das crianças - desde uma crença de que chorar fortifica os pulmões até a absoluta recusa ao fato de que alguém deixaria uma criança chorar ainda que por um só instante. Nós recomendamos empregar tempo e esforço para aprender o que seu pequeno ou sua pequena querem dizer com um choro. Não existe receita, e cada criança é diferente.

Em uma visita ao berçário do hospital da Universidade de Roma, durante meu treino para Assistente da Infância, eu vi uma professora responder ao choro de uma criança da seguinte maneira: primeiro ela falou gentil e suavemente ao bebê, mostrando a ele que alguém estava presente. Em muitos casos isso é todo o necessário para confortar a criança e para o choro acabar. No entanto, se isto não funcionar, a professora fazia contato visual com a criança ou encostava uma mão gentilmente sobre ela. Geralmente isto acalmava a criança completamente. Se não desse certo, ela checava para ver se havia algum desconforto físico, alguma dobra desconfortável nas roupas de cama, uma fralda molhada, a necessidade de ficar em uma posição diferente. Resolver este problema quase sempre tranquilizava a criança e eliminava a vontade de chorar. Só muito raramente a criança precisava mesmo de comida.

Acho isto extremamente interessante, vindo de um país com um considerável problema de obesidade. Talvez se nos esforçássemos mais para "confortar" nossos pequenos de outras maneiras, que não dando comida ou chupetas - que ensina a eles que a felicidade está em colocar algo na boca - nós poderíamos educar filhos que conhecem melhor suas necessidades.
É comum que uma mãe atenciosa pense que choro é sempre fome ou dor. Mas o bebê pode estar preocupado, tendo memórias ruins, estar molhada, com frio, com calor, com medo, sozinha ou entediada. Há muitas razões para se pedir ajuda.

Uma mãe ou um pai atentos que empreguem muito tempo observando ou ouvindo podem aprender, ainda nos primeiros dias, o que cada choro em particular quer dizer. Todos querem ser compreendidos.


O próximo post, Dica 6, tratará ainda do primeiro ano, "O Olhar e a Compreensão",
~

Do pré-natal ao primeiro ano

Do pré-natal ao primeiro ano
(de The Joyful Child"Shared with permission of The Joyful Child Montessori Company: www.thejoyfulchild.us".


Nós sabemos muito pouco sobre o que um bebê realmente vive durante os nove meses no útero. O que ele percebe, sente, pensa, entende. Mas nós sabemos que ele responde a vozes, a sons e a música. Então todos os dias devemos dar a ele o melhor que pudermos durante algum tempo, falando com ele baixinho, cantando e tocando belas músicas.

Estudiosos de aquisição de linguagem nos dizem que a base para o aprendizado da língua materna começa no útero. Estudos sobre as vidas de grandes músicos geralmente nos dizem que eles foram expostos a excelente música ainda durante a gestação.

Pais que cantam para os pequenos bem antes de seu nascimento percebem que depois do nascimento aquelas mesmas músicas tranquilizam muito os bebês.

A pele, o primeiro e mais importante órgão dos sentidos, está completa depois de sete ou oito semanas de gestação. O olfato está pronto para funcionar no segundo mês de gestação. O paladar está ativo no terceiro mês. A orelha completa seu desenvolvimento estrutural do segundo ao quinto mês de gravidez. É possível que o feto absorva as características particulares do ritmo da língua materna. De certa maneira, o feto já está trabalhando, aprendendo a língua! 
- Silvana Montanaro, Psiquiatra MD, treinadora de professores Montessori 


Música e Linguagem
 - No primeiro ano de vida a criança tem um interesse especial pela fala humana e em assistir a face e os lábios das pessoas que estão falando. Não um acidente que a distância entre os olhos do recém-nascido e o rosto da mãe quando o amamenta seja exatamente a distância focal do bebê. 
Nós podemos alimentar este interesse pela linguagem falando claramente, sem usar a "fala-de-bebês",sem elevar o tom da voz (como fazemos com animais de estimação), e sem simplificar demais a linguagem na presença da criança.
Podemos contar histórias interessantes ou engraçadas de nossas vidas, recitar poemas favoritos, falar sobre o que estamos fazendo "Agora estou lavando seus pés, esfregando seus dedos para que fiquem bem limpinhos" e podemos nos divertir com esta importante comunicação. Podemos ouvir música, ao silêncio e um ao outro.

É possível conversar mesmo com crianças muito pequenas, desta maneira: quando a criança fizer algum som, imite-o - o tom e a duração do som da criança. Usualmente se percebe uma resposta incrível por parte da criança da primeira vez que isso acontece, como se ela dissesse "Finalmente alguém entende e fala minha língua".
Depois de algumas destas trocas, muitas crianças vão começar a fazer sons para você imitar propositadamente, e finalmente vão tentar imitar os sons do adulto. É uma primeira comunicação muito interessante para as duas partes. Não é "fala-de-bebê", podemos chamá-la de "canto".

Para o primeiro ano, atividades como se trocar, ninar, tomar banho, ser segurado e vestido são os momentos mais importates e mais impressionantes. Peça permissão ou fale para o pequeno que você vai pegá-lo quando você estiver quando o fazendo. Se houver escolha, pergunte a ele se eles está pronto para ser pego, vestido, banhado, antes mesmo de pegá-lo. Crianças sabem quando perguntas sérias são feitas a elas e quando elas têm escolhas. Enquanto você o troca ou dá um banho nele, em vez de distraí-lo com brinquedos, olhe em seus olhos e diga a ele o que você está fazendo, faça perguntas e dê escolhas.

O valor desta comunicação cheia de amor e de respeito nunca será enfatizado demais. Ela faz o bebê falar com você, e este desejo de comunicação é a base para o desenvolvimento da língua. O bom desenvolvimento da língua também depende da linguagem que a criança escuta à sua volta nos primeiros dias, meses e anos. Ouvir conversas entre os pais e outros adultos é tão valioso quanto ser parte da conversa.
Um pai ou irmão que fale ou cante para a criança está ensinando linguagem a ele também. É impressionante quanto de língua se aprende nos primeiros três anos de vida, brotando uma compreensão da linguagem completa de uma maneira que o adulto nunca poderá imitar.

Nunca é cedo demais para olhar livros juntos e falar sobre eles. Belos livros de papelão podem ficar de pé, apoiados pelas capaz e pelas páginas, para um bebê que ainda não pode se sentar para se divertir olhando-os. Eles introduzem uma ampla quantidade de temas interessantes para a criança quando eles desejam ver, ouvir (e falar) sobre tudo.

Esta dica continua no próximo post, Dica 5.
~

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Não Cai na Prova - Tom Chapin & John Forster


Letra original:

Go on to sleep now, third grader of mine.
The test is tomorrow but you'll do just fine.
It's reading and math, forget all the rest.
You don't need to know what is not on the test.
 
Each box that you mark on each test that you take,
Remember your teachers, their jobs are at stake.
Your score is their score, but don't get all stressed.
They'd never teach anything not on the test.
 
The School Board is faced with no child left behind
With rules but no funding, they’re caught in a bind.
So music and art and the things you love best
Are not in your school ‘cause they’re not on the test.
 
Sleep, sleep, and as you progress
You’ll learn there’s a lot that is not on the test.
 
Debate is a skill that is useful to know,
Unless you’re in Congress or talk radio,
Where shouting and spouting and spewing are blessed
'Cause rational discourse was not on the test.
 
Thinking's important. It's good to know how.
And someday you'll learn to but someday's not now.
Go on to sleep, now. You need your rest.
Don't think about thinking. It's not on the test.  

------------------------------


Tradução:

Vamos dormir agora, meu estudante,
A prova é amanhã, mas você vai bem.
É leitura e matemática, esqueça todo o resto,
Você não tem de saber o que não cai na prova.

A cada alternativa que você marca em cada prova que você faz
Lembre-se de seus professores, o trabalho deles está por um fio.
Suas notas são as notas deles, mas não se preocupe,
Eles nunca ensinam o que não cai na prova.

O Conselho Escolar se depara com o "No Child Left Behind"¹
Com regras e sem fundos, estão numa enrascada.
Então música e arte, e as coisas que você mais gosta
Não estão na escola porque não caem na prova.

Durma, durma, e conforme você progredir,
Você vai aprender que há muitas coisas que não caem na prova.

“Debate” é uma habilidade util de se ter,
A menos que você esteja no Congresso ou fale no rádio
Onde gritar e vomitar e cuspir é adorável
Porque o discurso racional não estava na prova.

Pensar é importante, é bom saber como.
Um dia você aprende, mas “um dia” não é agora.
Vamos dormir, agora. Você tem de descansar.
Não pense em pensar, não cai na prova.
---------------------------------------------------------------

¹No Child Left Behind é um programa de educação como nossos programas de inclusão e de progressão continuada, embora com características diferentes.

Not On The Test
Sung by Tom Chapin
Written by John Forster & Tom Chapin
© 2008 Limousine Music Co. & The Last Music Co. (ASCAP)
Not on the Test video: Directed by Yuichi Hibi
Edited by Timothy Gregoire
Art Direction: Marie Christine Katz
Production Coordinator: Mary Croke

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Resultados de Montessori

É alegremente divulgado por todas as escolas Montessori que ambos os fundadores da gigantesca Google (Larry Page e Sergey Brin) foram educados em escolas Montessori, mas você sabia que eles mesmos creditam a estas escolas o seu sucesso? Assista ao vídeo abaixo e os veja contando esta história! A tradução virá logo mais.



Outras famosas personalidades da informática que estudaram em Montessori são os fundadores da Wikipedia (Jimmy Wales) e da Amazon (Jeff Bezos).

Estamos aguardando informações, mas recebemos indicações de que também o fundador do Facebook passou por uma escola Montessori quando pequeno.

Depoimentos de personalidades logo mais estarão disponíveis na página "Depoimentos".