LarMontessori.com
domingo, 16 de dezembro de 2012
NOVO ENDEREÇO
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Carta do Building the Pink Tower
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Comemorações de Final de Ano - Decoração
E chegou dezembro! Com ele, chegam também as datas que, para alguns, são as mais especiais do ano. Hora de preparar a casa, convidar os amigos e conversar. Hora também de preparar pratos deliciosos e oferecê-los aos mais queridos. Hora de renovar a si mesmo para o ano que logo chega.
Tudo muito bem, e tudo muito bom. Mas como fica seu filho em toda esta comemoração? Embora, na tradição cristã, o Natal comemore o nascimento de uma criança e mesmo o Ano Novo seja a celebração do nascimento de um novo ano, aqueles que nasceram recentemente ficam um pouco deslocados enquanto os adultos cantam, comem, e conversam em altas vozes. Alguns dirão que as crianças são as que recebem mais presentes, mas em uma outra data especial, conversamos e chegamos à conclusão de que as crianças não gostam dos presentes em si, mas do aprendizado advindo da experiência que o presente pode proporcionar. Assim, se só nos preocupamos com o presente para a criança, a estamos formalmente excluindo da comemoração.
Nesta sequência, vamos dar uma olhada nas várias formas possíveis de integrar os pequenos nas datas tão especiais que estão chegando. Vamos passar por três pontos interessantes: primeiro, conversaremos um pouco sobre a decoração. As crianças podem e adoram ajudar a pendurar enfeites, grudar coisas, posicionar objetos. Depois, vamos abordar rapidamente a culinária - o que você e seu filho podem fazer juntos para a ceia. Finalmente, vamos pensar sobre como lidar com a noite de comemoração. Às vezes posso adotar, sem querer, uma perspectiva exclusivamente cristã, e por isso peço desculpas aos leitores de outras religiões. Eu vou realmente adorar saber se há comemorações e como elas são para os mais diversos credos. Por favor, dividam conosco nos comentários aquilo que vocês acharem mais interessante!
Primeiro, a decoração. Crianças pequenas gostam muito de coisas pequenas. Às vezes você observa seu filho caçando formigas, ou tentando pegar pequenos ciscos que ficaram na mesa - ou ainda pequenas sujeiras no chão? Isso é a demonstração clara de que, para elas, o que é muito pequeno chama a atenção. Esse fenômeno se dá por mais de uma razão. Os olhos dos pequenos ficam mais perto do chão e isso permite a eles a visão de coisas que nós, de uma distância maior, não vemos. Então, neste caso, não é que as coisas pequenas sejam mais interessantes, é só que eles veem as coisas pequenas e nós não. Em segundo lugar, no entanto, há uma maravilha nas pequenezas: aquilo é dominável. O que é grande não pode ser pego, ou explorado completamente, por alguém que é muito pequeno e ainda não sabe usar muito bem as mãos, as pernas e os olhos. Já o que é pequeno pode ser pego, carregado, experimentado.
Sendo assim, aproveite esse maravilhamento pelo pequeno e ofereça ao seu filho a possibilidade de ajudar a pendurar, por exemplo, os objetos na árvore de Natal. Ensine devagar, objetivamente, passo a passo, com clareza e exatidão como é que se faz: primeiro, abra o fio para pendurar o enfeite (ou segure o ganchinho), em seguida segure o galho, depois encaixe o pendurador aberto no galho e veja se ficou firme, então passe ao próximo enfeite. Dependendo da destreza de seu filho e do equilíbrio dele, a ajuda pode se estender a alguns galhos mais altos com o auxílio de um banquinho ou uma cadeira - até mesmo uma escada baixa - mas fique atenta(o), pode ser que ficar só nos galhos mais baixos seja suficiente ou mesmo que sua casa não precise de uma árvore tão grande assim e ele possa ajudar a decorá-la inteirinha.
Depois da árvore, peça ajuda para o presépio, ou qual sejam os objetos menores que fiquem espalhados por toda a casa. Aqui cabe um exercício que pode ser divertido. Se o seu filho já escreve ou gosta de tentar, ele pode fazer pequenas plaquinhas, em papel ou cartolina mesmo, para colocar em cada objeto. Assim ele cresce sabendo a diferença entre asno, boi, vaca, cordeiro, descobre o que é uma Estrela de Davi e até consegue nomear os personagens religiosos representados na sua comemoração com mais eficiência do que muitos adultos! Não é só uma questão religiosa, mas também um aprendizado cultural muito valioso, e ajuda a organizar montes de figuras novas na mente do seu filho.
Algumas famílias gostam de fazer calendários, eles são interessantes e podem ser belos. Sua função melhor é a de ajudar a criança a organizar o próprio tempo. Mas atente para a dificuldade da conta. Se você tem uma criança muito pequena em casa, procure fazer um calendário que conte de forma progressiva. Em vez de verem quantos dias faltam para o Natal e o Ano Novo, vejam mesmo em que dia estão, no mês, do primeiro de dezembro ao 25 ou 31. Contar progressivamente é mais fácil e mais útil para os primeiros anos de vida.
Com a ajuda das crianças sua casa vai ficar muito mais brilhante, mas mais que isso, os menores estarão realmente envolvidos nas comemorações e vão reconhecer a parte deles em tudo o que sua família e seus amigos disserem que está muito bonito. Vão perceber que conseguem fazer coisas bem feitas, mesmo na escala adulta e isso lhes dará confiança e uma sensação de posse sobre o sentido das datas muito mais aprofundada.
No próximo artigo, vamos conversar sobre como as crianças podem ajudar na cozinha e se tornarem chefs por um dia!
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Compreendendo Montessori: Princípios da Infância
"Durante o período crítico, o BDNF ativa o núcleo basal, a parte de nosso cérebro que nos permite concentrar a atenção - e que o mantém ativo por todo o período crítico. Uma vez ativado, o núcleo basal nos ajuda não só a prestar atenção, mas a lembrar de nossa experiência. Ele permite que a diferenciação e a mudança ocorram sem muito esforço. Segundo Merzenich: 'É como um professor no cérebro dizendo: 'Ora, isto é muito importante - é isto que você precisa saber para a prova da vida." Merzenich chama o núcleo basal e o sistema da atenção de "sistema modulatório da plasticidade" - o sistema neuroquímico que, quando ativado, coloca o cérebro num estado extremamente plástico".
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
O Quarto Montessoriano
A cama da criança pode ser mesmo uma cama. Não precisa ser um berço, e eu vou dizer isso de novo: não precisa ser um berço. Quando comecei a estudar Montessori em casa, me parecia radical demais tirar o berço. Mas só é assim porque culturalmente somos criados para pensar que ele é necessário. Em dezenas de outras culturas (que não a branca ocidental), as crianças dormem no chão, em colchões ou almofadas dos mais variados tipos, a depender do povo. O que nós defendemos, com uma abundância de evidências positivas bastante animadora, é que a criança pode, sem risco de saúde ou segurança, dormir em um colchão, que pode ser colocado direito sobre o chão ou sobre um estrado baixo, para isolá-la da temperatura do piso.
O espelho é interessante por diversos motivos. A criança pequena gosta muito do rosto humano. Por algum motivo biológico mesmo, é algo que lhe agrada. Assim, poder ver um rosto humano a qualquer momento sempre é bom. Fora isso, é importante para o bebê reconhecer seu próprio rosto, as possibilidades de movimento dele e as partes de seu corpo. Isso não se dá de forma consciente e nem é um processo imediato. Demora. Mas não temos pressa. O tempo da criança é interno a ela e nossa tarefa é só ajudar. Fora isso, enxergar-se pode ajudar a criança a se reconhecer como indivíduo, auxiliando no desenvolvimento da autonomia e da força de vontade. Por motivos de segurança, o espelho precisa ser muito bem preso e pode ser de acrílico.
Um dos materiais mais interessantes para a criança pequena é a Cesta dos Tesouros, que você pode ver clicando no link. Para bebês novinhos, móbiles são uma boa ideia também - feitos com formas geométricas e cores fortes (fortes, não brilhantes), porque os pequenos gostam muito de contrastes evidentes e tentar alcançar as peças do móbile é bom para o desenvolvimento motor. Como durante um tempo razoável os bebês não enxergam longe, os móbiles podem ficar próximos da criança, a até 40cm de altura a partir do colchão, por exemplo, ou menos. Há de se tomar cuidado, somente, para que não seja alcançado muito facilmente a ponto de a criança poder puxar o móbile para baixo, o que poderia machucá-la.quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Círculo de Estudos em Montessori
sábado, 27 de outubro de 2012
Normalização II: O Equilíbrio Natural da Criança
As crianças para quem ela apontava eram especialmente silenciosas, gostavam muito de trabalhar com os materiais didáticos e eram extremamente organizadas. Falava-se, na sala, mas baixinho, e ria-se na sala, mas com mais frequência havia sorrisos. As crianças mais novas às vezes esqueciam de guardar o que haviam utilizado, mas as mais velhas sempre lembravam, e tudo isso mantinha o clima da sala atrativo para todos os visitantes. Montessori, no entanto, reafirmava: esta é a natureza da criança. Elas são assim. Em um ambiente preparado onde sejam deixadas em liberdade, elas são naturalmente assim. O processo pelo qual elas estão passando se chama normalização, e elas são crianças normalizadas.- Amor à ordem;
- Amor ao trabalho;
- Concentração espontânea;
- Apreensão da realidade;
- Amor ao silêncio e ao trabalho solitário;
- Sublimação do instinto de possessividade;
É diferente gostar dos objetos e querer tê-los só para si. Admirar objetos, cuidar deles e querê-los em ordem e bom estado é natural da criança. Recusar-se a dividir, ou amar os objetos mais do que os trabalhos que se pode realizar com eles não são atitudes naturais nem comuns e em geral tratam-se de comportamentos incentivados por aqueles que circundam a criança. Objetos não devem ser queridos por si, mas pelo que permitem realizar - mesmo no caso de uma obra de arte, não deve ser ela o mais importante, mas a beleza e o aprendizado que transmite. Ajudamos a criança com isso quando não damos valor excessivo aos objetos e enfatizamos mais as vivências do que as posses no dia a dia. Criar plantas e animais, assim como dividir brinquedos com irmãos e amigos também ajuda.- Poder de agir por escolha;
- Obediência;
- Independência e iniciativa;
Se você segue o Lar Montessori há algum tempo, ou se vem criando seu filho com liberdade - conhecendo ou não os princípios montessorianos - sabe que independência e iniciativa são evidências de uma criança que vem se desenvolvendo com tranquilidade e respeito. Não há uma forma só de incentivar isso, mas tudo o que publicamos no Lar ajudará com essa parte. O ambiente preparado, a liberdade e o respeito são as melhores formas de permitir à criança desenvolver a liberdade e a iniciativa. Eles gostam de descobrir como fazer, e gostam muito de fazer. Tudo o que nos cabe é ajudar com tudo o que pudermos.- Auto-disciplina espontânea;
- Alegria.
Chegamos ao final, nada surpreendente, da nossa lista. Este é o ponto culminante de um desenvolvimento saudável. A cultura ocidental por vezes nos faz achar que o sofrimento, a dor e o mal estar emocional e psicológico são necessários. Não são. A cultura oriental, com a qual Montessori conviveu durante dois dos mais importantes anos de sua vida, nos ensina que os acontecimentos são necessários, mas que sofrer ou não por eles depende da maturidade psicológico-emocional daqueles envolvidos nos acontecimentos. A alegria não vem da ausência de acontecimentos desagradáveis - eles existem. Vem, antes, da capacidade humana de agir por escolha, de conseguir sublimar o instinto de possessividade e de ser alegre, por causa e apesar de tudo.
Será fantástico saber como estão sendo as coisas na sua casa e saber a sua opinião sobre o processo que comentamos aqui. O que você achou da mudança de nome que nós sugerimos? Quais dessas características são mais marcantes no seu filho? Como você lida com situações nas quais seu filho precisa ficar algum tempo em ambientes que não são preparados para ele? Quando falar das crianças, por favor, nos conte a idade delas, para sabermos sobre quem estamos conversando!quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Dia das Crianças, não dos produtos
- o prazer
- o aprendizado
- a experiência
Passear pelo parque pode proporcionar para ela a oportunidade de conhecer plantas diferentes, e lembre-se de que crianças adoram categorizar. Separar as coisas em flores, arbustos, árvores e ervas-daninha pode ser um jeito de ajudar seu filho a organizar o mundo. Além disso, claro, vale comer uns sanduíches feitos em casa com suco, água, leite ou chá e brincar de roda-roda, pular corda, esconde-esconde, pega-pega, rolar na grama e todas as outras brincadeiras que você e seu filho conhecem bem!
As oficinas infantis acontecem em várias cidades do Brasil durante o dia 12 de outubro e o fim de semana que o segue. Nem todas são legais. Algumas funcionam com base em competições, outras têm como tema personagens de desenho animado. Mas há um punhado que oferece oportunidades incríveis para as crianças: utilizar materiais recicláveis, superar obstáculos físicos como montanhas de almofadas ou ladeiras de borracha, conviver com crianças de outras classes sociais. Passar um dia em uma oficina assim pode ser muito, muito mais divertido do que ganhar um carrinho, uma bola ou um quebra-cabeça.domingo, 30 de setembro de 2012
Minimalismo e Montessori

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| Sala da escola montessoriana Tip-Toe |
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| Quarto montessoriano |
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Normalização I: O Respeito pela Criança
A criança nasce livre. Se nós a mantivermos livre, ela, como todos os outros seres da natureza, agirá conforme sua capacidade e exigirá do mundo conforme sua necessidade. Se for deixada em liberdade, não irá querer mais do que precisa, não irá rejeitar o pouco de que precisa, irá se comportar como seu ambiente natural permite: com amor ao silêncio, amor ao esforço-aprendizado e amor à ordem interna e externa. Estas são as direções inatas da criança que Montessori percebeu por suas observações e que Standing tão sabiamente sumarizou em seu "Maria Montessori: Her Life and Work".
Por último, sabemos intuitivamente que as crianças amam a ordem, embora nem sempre respeitemos isso. Sabemos que gostam de roupas claras e suaves, que seus quartos lhes agradam mais quando tem poucas coisas, que elas não precisam de muitos brinquedos, de muitos objetos ou de muitos materiais, que lhes basta muito pouco para se sentirem realmente bem e que tudo de que necessitam é que esse pouco seja muito bem escolhido, muito limpo e muito bem organizado. Nada precisa ser muito, ser grande ou ser caro, basta que seja muito bem cuidado e organizadinho.
O último ponto muito importante de respeito ao espaço da criança é que a casa inteira deve ser o ambiente dela (menos a cozinha, porque no começo é um ambiente perigoso demais. Aos poucos esse pode ser explorando junto com você e aos dois anos o acesso já pode ser livre). Não deve haver um quarto completamente adaptado ao seu tamanho e todos os outros com coisas grandes e inalcançáveis. Se você não conseguiu adaptar a casa toda ainda, feche as portas ou coloque grades nos ambientes não adaptados, assim você lembra que precisa adaptar o mais rápido possível e ela não se frustra por ser mais baixa que todo o resto do mundo.O respeito pelo tempo da criança é ainda mais simples: basta compreender que o ritmo dela é completamente diferente do seu. Algumas coisas, para você, são rotineiras e desimportantes. Para ela, nada é um hábito. Ela acabou de chegar no mundo, ainda não sabe como as coisas funcionam. Fechar o zíper é uma experiência sensorial, amarrar o tênis é um desafio motor, subir em uma escadinha é uma aventura cheia de suspense.


















